Ser eu mesma
Muitas vezes perguntam-me “ O que é a espiritualidade?”.
Eu respondo: “ É a vida vivida em consciência de nós mesmos, conscientes do que falamos e do que fazemos.”
Todos sabem o grau de dificuldade que é viver em consciência, temos de estar alerta e a observar todos os movimentos que o corpo faz quando falamos, até mesmo quando estamos calados ou a ouvir alguém.
Vivermos em consciência de nós mesmos, é deixar de ouvir as vozes que a mente teima em dizer que elas têm razão e ouvir aquela voz que sussurra e nos diz o que fazer de uma forma até “psicadélica ou até mesmo meio louca” que se chama intuição.
Não se canse em quantificar a sua consciência quando descobre a sua inconsciência, esse é o sinal que já está no caminho da consciência, isso é o que de verdade importa.
Quando se tornou consciente e descobriu que o grau de inconsciência foi tanta, até se tornou difícil compreender o porque de viver dessa forma, tenho a certeza que se questionou tantas e tantas vezes das coisas que passou, o mesmo aconteceu comigo.
No entanto, quando começamos a compreender as inconsciências, vemos o quanto elas foram importantes, porque elas trouxeram-nos aprendizagens magnificas.
O que hoje vos vou partilhar, espero que vos mostre o quanto podemos melhorarmo-nos e libertarmo-nos ao sermos conscientes, porque é assim que eu me sinto.
Ela dá-nos a coragem para caminharmos na nossa direção e isso, faz-nos amar cada momento da nossa existência, então, não há caminho mais belo que esse!
Passo a contar:
Eu gosto de escrever, eu gosto de partilhar, mas a minha insegurança nesta matéria, fazia me pedir à minha filha que corrigisse tudo quanto escrevia.
Num belo dia de sol junto à ria de Aveiro estava eu a falar com uma moça com o nome de Vivian, ela fala-me da síndrome do impostor, uma moça que um dia conheci “aparentemente” ao acaso que agora estamos a construir uma amizade.
Pedi-lhe que me explicasse o que era, pois nunca tinha ouvido falar até aquele momento, ao ouvir as palavras dela senti que tinham tocado num ponto da minha essência, que se tornou um despertar para a minha consciência, que eu “ainda” recusava fazer, que é escrever ao meu jeito.
E porque o não fazia? Devido a tantas vozes que eu ouvi ao longo da minha vida, inclusive partilhei com a Vivian o que se estava a passar comigo e o que essas vozes me diziam.
“ Tu não sabes nada” “ tu não sabes escrever” tu és burra, tu tens um português ilegível, o teu português é abrasileirado, é impossível alguém conseguir entender o que escreves, tu escreves conforme falas, tu não escreves tu vomitas” esta ultima é a que me faz rir, até tem o condão de me deixar bem-disposta. Mas tudo isto são opiniões, todos são livres de as ter, agora, permitir que essas opiniões façam-me mossa, isso é que não.
E nesse momento internamente eu prometi “ Ser eu mesma” gostassem ou não os “outros”, porque a pessoa que tem de gostar, sou eu!
Se a minha essência quer brotar para o mundo em forma de escrita, que seja.
Se parece um vómito ou outras coisas, seja…mas esta sou eu.
Quando surgiu a ideia do blog, foi com a intenção de partilhar as minhas experiências e que essas mesmas, pudessem ajudar as pessoas a serem quem são e eu não o estava a fazer a minha parte nesse ponto específico, mas a vida é isso mesmo, aventurarmo-nos a experienciar a melhor vibração de amor, que é a ” CONSCIÊNCIA”.
Continuando…
Por vezes sentia-me impotente, pode até parecer doido sentir essa sensação, mas era o que acontecia, porque queria escrever tantas e tantas coisas, mas tinha um entrave, o tempo da minha filha não era o meu tempo, ela fez muito ao disponibilizar o que podia para me responder ao meu pedido de ajuda. Sou muito grata pela dedicação dela, como eu dizia, para me “traduzir”.
Em vez de melhorar a minha escrita, simplesmente aplicava a ideia que queria transmitir e nada mais, para me convencer, dizia para mim mesma “Para quê fazer mais? Tu não sabes.”
Quando lia as “traduções da minha filha, fiel companheira nos meus escritos, eu via que a escrita estava muito linda, mas a energia que eu queria transmitir, tinha-se perdido, fica triste… mas continuava a dizer, “Tu não sabes…tens de aceitar que seja assim.”
Era assim que eu empurrava os meus trabalhos semi-feitos por mim.
Espero que esta partilha vos toque no vosso ser como tocou a mim, foi feita com muito carinho e dedicação, espero que pelo menos seja minimamente entendida.
Porque todas as minhas tomadas de consciência foram e são diamantes, são a minha maior riqueza que jamais a mente pode imaginar, só quem experimenta e experiencia, sente essa riqueza!
Tenho consciência, que não sou exima na escrita, mas esta sou eu! Tenho a certeza que ao continuar a escrever, essa prática, me fará melhorar cada vez mais. Uma das técnicas de coaching é: PRÁTICA E REPETIÇÃO!
Obrigada por me ouvirem e por estarem comigo nesta jornada que se chama VIDA!
Deixo uns link que a Vivian partilhou comigo da síndrome do impostor!
Um muito obrigada à Vivian.
https://www.psicologia.pt/artigos/ver_carreira.php?sindrome-do-impostor&id=386
https://exame.abril.com.br/ciencia/estudo-mostra-como-lidar-com-a-sindrome-do-impostor/
https://www.napratica.org.br/o-que-e-sindrome-do-impostor/
Não há palavras existentes ainda para que eu possa te agradecer por aqueles momentos junto a Ria. Assim como foi pra ti, também foi pra mim, um momento único de partilha. Saibas que a cada encontro, eu cresço, amadureço e me reconheço. Tuas palavras são únicas e incríveis! Obrigada por essa partilha!
Até breve!