Saber aceitar é uma virtude
Olá querid@ leitor@,
Esta semana, particularmente, tenho-me debatido com esta questão da aceitação. Todos nós já vivemos aqueles dias mesmo “maus”, em que, como diz a música de Rui Veloso “parece que o mundo inteiro se uniu para me tramar” … são as pessoas que passam o tempo a contrariar-te, o trânsito que te deixa maluc@, vais às compras e tudo o que precisas está esgotado … rhrhrhrhrh! Inspiras e expiras e voltas a repetir as vezes necessárias e depois vês-te confrontado/a com duas opções: ou aceitas ou vives amargurada/o e rezingona/o.
Vá por mim, a primeira opção é, de facto, a melhor. Veja o seguinte, de repente, no meio de uma conversa, aparentemente amigável, vê-se envolvido/a numa discussão em que não há acordo à vista. Quando defendemos uma posição/opinião, colocamos a outra pessoa na defensiva e acabamos por criar um ciclo de mau estar e ressentimento, que só pára quando alguém “dá o braço a torcer”, contudo, nunca é um final feliz. A aceitação permite que haja espaço para duas opiniões diferentes, sem que se tenham criado más energias à volta disso e a energia empenhada numa discussão vã e nula. Opiniões são opiniões e não temos de interferir nem deixar que interfiram nas nossas, temos de respeitar as nossas e as dos outros.
Aceitar é, efetivamente, uma virtude, porque não é um exercício fácil de fazer. Aceitar o bem e o mal exige muito treino, porque estamos habituados/as a reagir. Como ficar sereno/a numa situação em que um carro, de repente, se mete à sua frente sem aviso? Como evitar uma data de palavrões misturados com buzinadelas desenfreadas? Como?! Com muito treino e percebendo que aquilo aconteceu por algum motivo, talvez para ao ‘acordar’, para estar atento/a a alguma situação que lhe vai trazer respostas, …
Aceitar consiste em descontrair-se independentemente da situação (mesmo que adversa) em que se encontra. Aceitar torna-nos mais humanos e humildes, porque exige que compreendamos o outro como um semelhante apesar das diferenças, entender que aquela pessoa também sofre e que também tem dias maus.
Aceitar é libertar-se da ilusão de controlo sobre as coisas, é verdade que somos detentores de um poder enorme sobre a nossa vida, mas ela própria tem um percurso a seguir e aceitando isso, seremos mais felizes.
Richard Carlson, no seu livro Não Seja Rezingão, fala da aceitação de uma forma que considerei maravilhosa, a qual gostaria de partilhar consigo:
“A aceitação pode confundir-se com a passividade; no entanto, quando tentar pô-la em prática, irá verificar que se trata de uma postura muito exigente. Muitas vezes requer um esforço maior que o de queixar-se, confrontar ou amuar. Posso, contudo, garantir que, com a prática – e quando experimentamos o sentimento de libertação que ela traz -, a aceitação pode tornar-se como que uma segunda natureza.”
Obrigada por aceitar as minhas palavras,
Muitas coisas lindas,
Namasté