A lei da sobrevivência
Á medida que as palavras vão surgindo a cada teclada, o sol brilha lá fora com intensidade, embora o dia esteja frio. De vez em quando preciso parar para arfar as pontas dos meus dedos para que continuem a bailar ritmadamente sobre o computador. Mas este ato parece-me, estupidamente, pecaminoso atendendo todas as diretivas que diariamente assombram a comunicação social e redes sociais. E fez-me pensar …
Quando iniciei este texto tinha uma pergunta em mente que não consigo deixar de fazer… Se visse um prédio em chamas e ouvisse de dentro dele o choro de um bebé, entrava nesse prédio mesmo que esse ato colocasse em risco a sua vida ou resguardar-se-ia em casa, mantendo-se a são e salvo?
Não vale a pena debruçarmo-nos muito sobre a resposta porque ela é tão clara como a água de um riacho, nestes momentos, o nosso instinto mais profundo nada está relacionado com a sobrevivência mas com o que o coração pede. E irrompemo-nos prédio adentro com um só pensamento, resgatar aquele bebé. Não há espaço para medos ou hesitações, não importa quanto tempo vamos viver mas ‘como?’.
O instinto primário dos seres humanos é a expressão espontânea do que há melhor em nós.
Neale Donald Walsh
Por isso, toda esta situação que estamos a viver atualmente parece-me uma cena tirada da Idade da Pedra, na qual, devido aos escassos recursos humanos, materiais e intelectuais, a lei da sobrevivência era soberana. Mantemo-nos bem escondidos enquanto o tigre vagueia à frente da nossa gruta.
E é isto, fazemos o que for necessário para sobreviver mesmo que isso, ironicamente, nos destrua. Se o medo é o princípio que rege as nossas vidas, estamos a dizimar o nosso ser e a regredir anos de conquistas pelo amor e esperança.
O processo metafísico, geralmente, produz na fisicalidade, tudo aquilo em que o coletivo acredita fervorosamente.
Neale Donald Walsh
Partindo desta premissa, em que aquilo que acreditamos se concretiza na nossa realidade, é seu desejo continuar assim? Não estou a dizer para ir contra as imposições, mas a viver segundo aquilo que realmente acredita, aquilo que o nosso coração manda ser e fazer sem receios. A natureza humana, a que nos distingue de outros seres, importa-se sim com a sobrevivência emocional, aquela que verdadeiramente nos alimenta, um colinho, um beijo, um abraço apertado, um dar de mãos caloroso, … é a ausência disto que nos está a definhar. Pense nisto …
O mesmo autor, acima mencionado, propõe as seguintes questões, sobre as quais desafio que se debruce a responder com todo o seu coração:
Qual será a marca da minha vida?
Qual vai ser o principal motivador dos meus dias e das minhas noites?
Qual é a minha razão de ser e como é que as minhas ações a concretizam?
Tal como já vos disse na minha (re)primeira partilha, não vos pretendo dar respostas, porque essas estão dentro de si, mas ajudar/incentivar a refletir sobre pontos essenciais. Agora, mais do que nunca, o nosso planeta precisa das respostas a estas questões!
Muitas coisas lindas,
Namasté