“Seja bom” ou “seja mau” – tudo é bom … porque vem para nos ajudar!
Todos os dias recebemos ensinamentos da vida, é ela quem nos conduz para podermos chegar ao grande objectivo do Ser Humano, isto é, à consciência pura, à realização pessoal total.
Às vezes rotulamos os acontecimentos como “isto é bom” ou “isto é mau”. No meu entender, não existem propriamente essas designações, para mim quer “seja bom”, quer “seja mau”, todos os acontecimentos acontecem por uma “boa” razão, pois eles proporcionam-nos ensinamentos para um melhor entendimento.
O meu exercício diário consiste em: no final de cada dia, observo tudo o que aconteceu e tudo o que realizei. Processo as informações e tento concluir quais os ensinamentos/entendimentos a retirar desses tais acontecimentos “bons” e/ou “menos bons”. Este exercício, não só melhora as minhas ações diárias, como também me ajuda a ter uma maior aceitação/ gratidão/ carinho de tudo que me acontece!
Para melhor me fazer entender, passo a partilhar uma história real, que aconteceu comigo já há uns anos atrás…
Certo dia, inscrevi-me num workshop e, por engano (ou porque assim tinha de ser), fui fazer o workshop (aparentemente) errado. O Professor que estava a dinamizar esse workshop, ensinava as pessoas, através da expressão dramática, a vida. No final, ele partilha com o grupo, um exemplo sobre a gratidão que, ainda hoje, aplico:
“ Sabem, sou muito mau condutor e, no meio de Lisboa, ser mau condutor e, ainda por cima, ter dificuldades de orientação é uma combinação caótica. Mas, arranjei uma estratégia que, até hoje funcionou, vou com uma mão no volante e outra fora da janela a acenar em forma de agradecimento. Deste jeito, as pessoas ajudam-me e perdoam a minha má condução. Dá-se um fenómeno muito interessante, como agradeço antes de fazer asneiras, todos são gentis comigo e perdoam-me tudo o que faço de menos bem!”
Ainda hoje me lembro e falo deste Professor, porque foi uma pessoa que me marcou de uma forma positiva com este ensinamento tão (aparentemente) simples. Nos momentos menos bons e até nos bons esquecemos de ser gratos. Agradeça o dia, o alimento, a casa onde habita, o trabalho que faz, o dinheiro que ganha, etc. e etc. Até mesmo antes de o ter ou receber, deve agradecer, essa é a verdadeira humildade cheia de gratidão!
Com esta passagem, quero mostrar-vos que o Universo também é assim! Ele aceita e ajuda todos os que “vão a acenar”, a agradecer com humildade aquilo que nem sabem quando e/ou o quê que vão receber. Mesmo nos momentos difíceis, temos que agradecer, aceitando o facto de não sermos suficientemente boas/bons condutoras/es das nossas vidas.
Anote o seguinte: nunca estamos totalmente certos nem totalmente errados, a consciência total é ainda um longo caminho a percorrer, sempre com humildade e gratidão no coração!
Espero que este ensinamento a/o ajude da mesma forma, ou melhor ainda, do que me ajuda a mim e a outras pessoas que já aplicam nas suas vidas.
Bem-haja a si e ao Professor!
Com gratidão,
A Coruja
Pois é Coruja, tudo nos trás ensinamentos, o que é difícil é termos o discernimento de vermos isso na hora e ficamos e viver a experiência continuamente em vez de olharmos para ela como aprendizagem e seguir em frente. Fazer análise no final do dia parece-me uma boa opção para deixarmos coisas resolvidas diariamente.
Do fundo do coração, muito obrigada pela sua partilha e ensinamentos. Beijinhos e muitas coisas boas.
Olá! É mesmo isso… nem tudo é bom, nem mau!
Tudo são experiências que nos deixam mais fortes e de olhos abertos. E isso é sempre motivo para agradecer!
Quando uma pessoa fica chateada com um acontecimento “mau” nem sempre tem esse entendimento, mas depois de parar para pensar conseguimos ver outra perspectiva.
Continuação de bons posts Sra. Coruja
Obrigada por partilharem!
Olá Prof. Coruja,
Reforçando o que já foi dito a ideia de bom ou de menos bom, por vezes parabolizada na história do copo meio cheio ou meio vazio, depende do ponto de vista mais ou menos optimista do observador. Pois retirando a qualidades atribuídas pelo observador, o observado apenas representa um copo preenchido com líquido na metade da sua capacidade.
Partilho uma história do Oriente que nas suas raízes culturais não enfatiza a ideia de bom ou de menos bom como no ocidente.
“…
Era uma vez um homem que tinha uma quinta onde, além de outros pequenos animais, havia um cavalo. Um dia o vizinho viu o homem procurando o seu cavalo e, perguntou o que tinha acontecido. O Homem explicou ao vizinho que o seu cavalo estava desaparecido há já vários dias. O vizinho exclamou:
– Que pena, perdeu o seu animal mais valioso.
O Homem retorquiu:
– Bom, não sabemos!
Passados alguns dias o cavalo voltou à quinta e, vinha com ele uma égua Selvagem.
Assim o vizinho disse:
– Assim sim, teve muita sorte, o universo devolveu o seu animal mais valioso e ainda por cima a dobrar (ofereceu-lhe também uma égua).
O Homem afirmou:
– Bom, não sabemos!
Ao fim de uns dias o filho do dono da quinta começou a domar a égua e houve um acidente que o fez ficar magoado numa perna.
Assim o vizinho retorquiu:
– Que pena agora além de perder um ajudante na quinta o seu filho tem de gastar também muito dinheiro para os tratamentos do seu filho.
O Homem exclamou:
– Bom, não sabemos!
No decorrer destes eventos paralelamente soube-se que o país entrou em guerra e todos os jovens que se encontravam saudáveis foi-lhes imposta uma incorporação militar. Como o filho do dono da quinta estava ainda em recuperação foi dispensado.
… ”
E a história poderia continuar . Mas o resto deixo para as nossas vivências.
_Abraço_
O Fragateiro
Olá Fragateiro
Bem-vindo a este blog, que tem como intuito a partilha!
Foi com grande satisfação que li a sua.
Obrigada!